As semanas passam, os dias voam, a terra gira em torno do sol. Uns ganham, outros perdem, a teoria política do zero transborda. Continuamos à viver.. Isso é, continuamos a viver ou aprendemos a sobreviver? Em tantas dificuldades circunstanciais, tanto sofrimento e prazer, até esquecemos a identidade da vida. Não a identidade como ser, como ser social,como sociedade, nem a identidade poética da vida, do ser na vida, mas uma estrita identidade, uma identidade não muito aplicável a qualquer argumentação filosófica, uma identidade não técnica , uma identidade estritamente humanitária. Viver talvez seja um ato egoísta e, até pode ser deplorável se realmente o é, mas se pensarmos de um ponto de vista tão pessimista, não cairemos em mais problemas? claro que se realmente é assim, isso é, viver seja uma luta constante (pelo menos, na situação dada), então temos que pensar na solução. Antes de aceitar o pressuposto pessimista de uma identidade da vida, temos que nos perguntar o que é a vida?; Mas a pergunta, nesse texto, cabe à ir além, isso é, ao lado moral. Uma questão simples: o que nos faz sentir que vivemos e não sobrevivemos? E o que mudar nesse ano ? ou que lutar para mudar?

A questão não é um ensaio nem um tratado, e o texto acima serve apenas para reflexão filosófica, isso é, empatia, questionamento, diálogo, conceito, pensar.. como pode ver, o título é "Feliz ano novo", e o texto, de forma dialética, apenas serve para podermos refletir o que é a vida, como se dá a vida, pra que viver? por quê viver?
Não cabe à mim responder a indagação tão profunda e tão subjetiva, mas não podemos esquecer da subjetividade!!! o ser humano é um ser histórico, que idealiza, que projeta, que tem sonhos, ou pelo menos, assim esperamos...

Eu espero que o próximo ano seja cheio de novidades e, que essas novidades nos deixem viver melhor, e não apenas sobreviver. Que os sonhos de todos os leitores do blog sejam realizados, que encontremos novas fontes de amizade, que o amor nasça para os necessitados e a paz reine para todos.

O ano de 2011 foi o ano mais infeliz da minha vida, não presenciei bons momentos, não tive tanta felicidade quanto o ano de 2010, mas não deixei de ter a grande ajuda de amigos, como Guilherme Marthe, Pedro Gomes, Lucas Stanzani, Lucas Brilhante, Tainá, Giovanna e até reencontrei um grande amigo do passado, o Keppe. Sobretudo, o ano não foi ruim em um todo, pois, foi o ano que mais filosofei, isso é, não se aprende filosofia, aprende-se a filosofar, em outras palavras, foi o ano que mais estudei filosofia e também foi o ano que fui reconhecido pela primeira vez como filósofo (Meu amor pela filosofia vence meu amor à música). Tive grandes reflexões, diálogos, pensamentos, grandes anotações e notáveis discussões filosóficas com o Guilherme Marthe, Ralston,Klaus,Cecília, Leão e muitos outros que valeram muito à pena. O ano também foi marcado, pelo meu gosto exuberado pelo cinema! Grandes filmes, se não os melhores eu cheguei a ver.. Godard, Truffaut passaram a ser os meus diretores prediletos!
Foi um ano, em suma, formado pelo conhecimento, pela maturidade da minha pessoa e pela presença fortemente marcada por amigos e por tremendas horas de stress de estudo e trabalho.

Quanto ao blog, pretendo, voltar a postar com mais quantidade e acima de tudo, qualidade. Pretendo modificar algumas coisas no blog e convidar mais pessoas, fazendo que aumente a qualidade dos posts e melhore também a quantidade de leitores.


Agradeço pelo ano de 2011 à todos que ajudaram no blog,aos meus amigos, ao meu Pai que me incentivou a escrever no blog e a todos que escreveram posts, não me esquecendo aqueles que comentaram também! Acredito que o ano de 2012 terá grandes mudanças positivas nesse blog e espero que gostem!

Quatro músicas de presente:








E por final:




That's how it starts.
We go back to your house.
We check the charts,
And start to figure it out.

And if it's crowded, all the better,
because we know we're gonna be up late.
But if you're worried about the weather
then you picked the wrong place to stay.
That's how it starts.

And so it starts.
You switch the engine on.
We set controls for the heart of the sun,
one of the ways we show our age.

And if the sun comes up, if the sun comes up, if the sun comes up
and I still don't wanna stagger home.
Then it's the memory of our betters
that are keeping us on our feet.

You spent the first five years trying to get with the plan,
and the next five years trying to be with your friends again.

You're talking 45 turns just as fast as you can,
yeah, I know it gets tired, but it's better when we pretend.

It comes apart,
the way it does in bad films.
Except in parts,
when the moral kicks in.

Though when we're running out of the drugs
and the conversation's winding away.
I wouldn't trade one stupid decision
for another five years of lies.

You drop the first ten years just as fast as you can,
and the next ten people who are trying to be polite.
When you're blowing eighty-five days in the middle of France,
Yeah, I know it gets tired only where are your friends tonight?

And to tell the truth.
Oh, this could be the last time.
So here we go,
like a sail's force into the night

And if I made a fool, if I made a fool, if I made a fool
on the road, there's always this.
And if I'm sewn into submission,
I can still come home to this.

And with a face like a dad and a laughable stand,
you can sleep on the plane or review what you said.
When you're drunk and the kids leave impossible tasks
you think over and over, "hey, I'm finally dead."

Oh, if the trip and the plan come apart in your hand,
you look contorted on yourself your ridiculous prop.
You forgot what you meant when you read what you said,
and you always knew you were tired, but then,
where are your friends tonight?

Where are your friends tonight?


Parece até ingenuidade da minha parte quer refletir, discutir, comentar e até mesmo criticar alguns textos de filosofia sem ter ao menos um pouco de método. O ponto não é tão simples de se enxergar e muito mais complicado do que se parece. Concerne uma grande quantidade de críticas quanto a aplicação de um método. Existem vários modos de filosofar e, um dos modos mais simples é ler, repensar, explicar, ou/e comentar. O que concerne ao tema desse post é justificar a utilização de uma método determinístico ou não de um tema x, de uma tese a, de argumentos z e de um todo completo.

Um dos primeiros posts desse blog amador de filosofia, foi a tentativa um pouco frustrada de tentar conceitualizar a filosofia. Não me atrevi a ir mais além da conceitualização, perante ao fato de que a filosofia é um mundo conceitual vasto e amplo, sendo que se é pra conceitualizar corretamente, no mínimo deveria passar um arcabouço teórico para os neófitos de "plantão", isso é, a história da filosofia como erudição ao entendimento dos comentários, uma série de dicas propriamente ditas para a análise interpretativa de um texto filosófico, noções filosóficas etc. Por essa via, e como o fundamento do blog tem o objetivo de expor conhecimento, reflexões, críticas e discussões filosóficas, trago à vocês dois livros, um como ferramenta para base do entendimento de textos que posteriormente postaremos e outro, uma ferramente útil perante a investigação filosófica.

Método?

Devemos nos colocar em frente à um método para a análise de textos? deveríamos ler um texto sem por menores, sem o maior critério de avaliação? Pode-se muito bem ler vários textos de filosofia sem uma leitura lenta e detalhada, como podemos muito bem ler textos filosóficos rapidamente, sem uma anotação, sem ter ideia da tese ou tema do texto, muito menos a argumentação do que se trata. O critério cai em nível de "academia", podemos ler um texto como filósofos, analisando tese, tema, noções, argumentação e conclusão, como podemos ler um texto e entender ele como um todo, sem precisar destrinchar. A escolha de tais modelos reflete na questão de aplicação, contendo a explicação, comentário e crítica. A explicação irá se restringir a análise apenas do texto que se lê, o comentário já é mais vasto, tem o pressuposto de entendimento sob outras obras e não se expõe da mesma maneira que a explicação e a crítica consiste um pouco dos dois, mas como um enfasagem antitética, ou sintética. Lembro com enfase, que isso depende muito do autor escolhido na leitura e no estudo, em outras palavras, não se lê Kant, se estuda Kant, pode-se ler Espinoza, Nietzsche, Platão etc, sem ter o trabalho de destrinchar o texto como análise.

O primeiro livro é a metodologia filosófica de D.Folscheid. O texto concerne todo uma método(Um pouco cartesiano) para o entendimento de um texto e até mesmo como escrever um texto. Sei que as vezes, o processo pode ser natural, mas para aqueles que querem aprofundar...

O segundo texto é de José Cunha, "Investigação filosófica". O texto é um pouco mais didático e mais "legal" que o primeiro e, até mais natural.

Como ler um texto filosófico à grosso modo?Ler atentamente e destrinchar em: Tema(do que se trata), Tese(do que se afirma, ou se nega), Noções(conceitos, ideias), Planos(momentos, "partes") e finalmente conclusão e argumentação.

Uma semana apos assistir ao novo filme de Almodovar, "A pele que habito", permaneço pensando.

O filme trata com destreza as dificuldades que suas duas personagens principais têm com suas imagens.
Sua trama extremamente rica em detalhes e em questões psicologicas nos prende até o final, e por mais alguns dias.. Da o que pensar.


Nos ultimos 50 anos, pelo menos, vivemos uma cultura de imagens, na qual devemos (ou deveriamos?) exibir uma imagem correspondente aos nossos anseios materiais. Adultos devem exibir (literalmente) seu sucesso e independencia, jovens devem exibir sua revolta, enfim.. Cada um expondo suas ideologias e status...
O que acontece quando ha um exagero, um profundo culto à imagem pura e simples, é a abstração do que ha por tras, no interior das pessoas.. Julgamos o livro pela capa. E todos sabemos que muito além da imagem que representamos ha uma infinidade de outras caracteristicas e interesses muito mais profundos que simplesmente não podem ser deduzidos de nossa "imagem  publica".

Antes de defender com todas as armas sua imagem, ou de criticar a do outro, procure perceber e se questionar o que o leva a se mostrar de tal maneira, quais são suas influências? O que esta querendo afirmar com esta imagem? O que esta tentando esconder com essas mascaras?

Qual é afinal, a pele que tu habitas??



Cecília Olichon

"A leve solidão que enraivece todo filósofo, equivale na mesma medida que a náusea que sentimos na percepção existencial. Pensamento ao grotesco limiar da genialidade tocando no fundo o mal da pequena existência física, mas incorporando a grandeza de algo além da realidade. O pensamento não pode ser somente objetivo, mas sim subjetivo. Claro que nem sempre claro, como as manhãs do litoral do verão, chuvosas por vezes, ensolaradas por outras. A angústia é sofrimento. E da angústia, temos como presente, o espanto. Angústia quando se perde o sentido daquilo que fazia sentido, encontra-se com a utilidade da razão para buscar o real.Para uns, o real independe de algo. A realidade é uma imagem, uma ilusão, uma junção de nossa imaginação e do real. O real é universal. O real é o absoluto. Só um poeta para escrever sobre o real e só um "filósofo" para desmascarar o real. O real está aqui e não lá, no absoluto. O real é material, alias, se deu no material. A consciência do real é impossível. O real independe de algo e se independe, não se tem consciência do real, pois só se tem consciência, quando se tem consciência de algo e esse algo é triste, incompreensível. Angustiado é o filósofo, espantado. Qual argumento faz mais sentido?Linguagem, letras, palavras. Idealismo e realismo, caminham como uma luta dialética. Vazio e vazio, cheio e cheio. Mais que espanto tais ideias..."

Ogata; Lobo Larsen

Aforisma- Ideal sem razão


Encantador e dramático, poético, filosófico e nos causa espanto. O filme "Ágora" nos trás uma obra artística e realista, já que é inspirado em uma história verídica, e também nos trás a filosofia e a religião como pano de fundo.

A trama que se inspira na história da filosofa Hipátia de Alexandria, interpretada por Rachel Weinz, nos mostra com uma forte crítica a presença da luta religiosa, da não aceitação de uma crença e da pouca liberdade atribuída não somente as mulheres, como também a filósofos. Além da característica moral do longa, podemos contar com a boa atuação dos atores, o excelente figurino, a filmagem e a fotografia com excelentes paisagens, isso é, a excelente arquitetura, as cores, etc. Claro que em um longa sobre filosofia, não nos falta boas reflexões, diálogos marcantes que nos tocam e nos fazem ter uma reflexão filosófica, como também, discussões políticas, questionamentos cosmológicos e questões ético-morais. A questão da religião é marcante nesse filme. O diretor teve a capacidade de colocar uma ênfase marcante na questão moral da religião. Em termos artísticos, o filme merece respeito, não só pela filmagem e interpretação, como também pelo todo que o longa representa.

Hipátia foi uma filosofa destacável e memorável, era filha do filosofo Téon, e era fortemente influenciada por Plotino, Platão e Euclides. Hipátia não teve muitas obras escritas, ou se teve, não foram achadas, mas do pouco que nos resta, parece que Hipátia foi uma das primeiras a desvelar o Heliocentrismo, ainda que, de maneira não tão matemática, Hipátia utiliza-se da filosofia de Aristarcos para tentar investigar a questão do Heliocentrismo. O que também destaca no pensamento de Hipátia, além de suas invenções (como densímetro), é que ela, assim como Socrates, morreu pelo seu pensamento, já que não era cristã acabou sendo condenada pelo seus princípios, vivendo somente da filosofia, o que faz, ou que merece, o destaque de tal filosofa. Outra caráter marcante é que ela era uma filosofa e não um filosofo, historiadores de filosofia comentam que talvez seja uma das primeiras filosofas. Hipátia influenciou pensadores como Descartes, Keppler e Leibniz.


Além da história dessa engenhosa filosofa, o filme nos mostra uma discussão que deve ser relembrada: A religião e a liberdade. O tema se encaixa perfeitamente na história da filosofa, além da própria história do homem. A religião perturbou a filosofia, condenando-a e queimando muitos livros que poderiam estar conosco. Nietzsche quando critica a religião, principalmente a religião católica cristã, que apresentava uma moral não dos nobres e sim dos fracos, não deixa de ser análogo nesse filme. O ponto é que a religião nos tirou o pensamento de questionamento, nos tira a teoria das quatro causas, nos tira na história do próprio homem, o saber contemplativo, condena-o em nome de uma moral fundadora de princípios éticos. Sabemos que isso é uma questão histórica, e não estou jugando o papel da crença, da certeza subjetiva, mas sim, critico e julgo, por uma perspectiva "Nietzschiana", o que a religião fez com o homem...

O mais irônico da história da Hipátia é que ela parecia ser a mais sã de toda uma civilização marcada pela religião, e detalhe que era ela pagã. Apenas digo uma das frases da filosofa Hipátia: "Se você não questiona algo que crê, então você não crê fielmente. Eu preciso questionar"

Ogata; Lobo Larsen



Kogan, violinista virtuoso toca La Campanella de Paganni com um andamento um pouco mais rápido que o normal, dificultando em geral a perfeição da música.



Kissin faz o mesmo...

E na Harpa também

A existência como doença foi uma palestra sediada no canal cultura, apresentada pela filosofa Marcia Tiburi. Interessante e notável, vale à pena ver e tirar livrinhos de auto-ajuda.












Lendo a reportagem da revista Bravo! esse mês, me deparei com uma matéria que conta "os segredos" que um artista contemporâneo bem sucedido tem. Ou seja, quais os passos a seguir (7, para ser mais exata) para que o artista e sua obra atinjam um patamar alto de conhecimento e reconhecimento.

De acordo com a matéria, além de precisar conhecer a fundo sua obra e saber explica-la, o artista deve também manter um vinculo com galerias e curadores, saber investir economicamente em seus projetos, participar de feiras, desconhecer tecnicas e viver como uma celebridade.

O artista contemporâneo esta inserido em uma cultura capitalista. Assim como todos nos. E da mesma forma que nos adaptamos a esse modelo, trabalhando e pagando nossas contas (não importa como), o artista acabou entrando nesse mecanismo, teve que se adaptar às exigências econômicas de seu entorno. Ele precisa também pagar suas contas, e para isso conta com a industria cultural que ira promover e valorizar seu trabalho, recebendo sua quantia em troca.

No entanto, o que me fez pensar, foi a idéia de "facilidade" passada pela matéria. Sera tão simples assim ser um artista hoje em dia?
Ou estarão os artistas sendo moldados pela industria cultural para que se encaixem e então produzam lucros para a industria, (e não necessariamente valorizando suas obras)?

A matéria da revista Bravo! é muito interessante para se ter uma ideia bastante clara das normas que regem a nova arte, e baseados nela, podemos nos posicionar criticamente a respeito da arte que é produzida. Afinal, conhecendo esses mecanismos alienatorios e limitantes saberemos reconhecer o verdadeiro artista - aquele que permanece intrinseco à essência da arte extrapolando os limites da vida.

Não é à toa que existem tantas opiniões contra a arte atual. Pois, se existe uma formula perfeita para se tornar um artista de sucesso, não haveria necessidade do "gene artistico";  em consonância com os  "detestantes" da nova arte, qualquer um pode ser artista.

Os verdadeiros artistas são os verdadeiros. São aqueles que não se moldam a nenhum limite ou regra imposto por ninguém, são aqueles que têm algo a mostrar, seja sua propria visão de mundo, seja sua indigação, qualquer coisa - desde que verdadeiro.

Portanto, feliz é o verdadeiro artista que consegue manter suas contas em dia graças à produção cultural, pois devemos sim  fazer bom uso das oportunidades que surgem. Mas infeliz  daquele que se limita a  essa mesma produção, pois assim que esta deixar de ser um investimento lucrativo, caira no  profundo esquecimento da historia. E esta  sim, sabe selecionar como ninguém o que é bom do que é  ruim. 


Cecília Olichon

Interessante parte de uma entrevista com Deleuze, vale à pena conferir a visão ampla do filósofo. Os videos à seguir são trechos da entrevista "abecedário..".


Do diretor renomado Lars Von Trier, Melancolia(2011) apresenta como atrizes, também renomadas, Kirsten  Dunst, Charlotte Gainsbourg e Kiefer Sutherland.

Do caráter puramente cinemático do filme, podemos à grosso modo, referir a uma bela interpretação da Kirsten Dunst, um roteiro excêntrico, mas que beira a filosofia da morte e da vida, um enredo bem elaborado, e assim como o filme "Anticristo", Lars Von Trier coloca o filme em capítulos, e nesse filme apresenta uma caracterização dos personagens bem estruturada, ainda que toca em uma ou outra questão psicológica.

Poético, dramático, surreal mas ao mesmo tempo realista. O filme tem uma apresentação artística, bem estruturada e com uma enfasagem perceptível, talvez, à qualquer telespectador. Embora o filme tenha bastante simbologia, Lars von trier, ao meu ver, não deixa de apresentar indiretamente ou diretamente, a moral que filme o dramatiza. Eloquentemente, o longa nos prende na tela, nos mostra visões maniqueístas, e de certo modo,  pulveriza-nos  com uma melancolia tão envolvente que até chega a nos tirar senso de crítica, e claro sem esquecer a bela  e a ótima trilha-sonora.

Lars Von Trier fez esse  filme  como se fosse um livro com imagens,  e assim, o longa pode ser interpretado de diversas maneiras e de fato, criticado de diversas maneiras. Eis uma das minhas abordagens, que teço diante de uma obra artística. O longa apresenta a vida e a morte. Uma irmã apresentando a vida e a outra apresentando a morte. Quando Nietzsche escreveu em seu trabalho "Crepúsculo dos ídolos" que Sócrates era um anti-grego, que estava cansado da vida e buscou na razão a forma de encontrar fundamento para a vida,  ele tece assim, uma abordagem  que muitos filósofos vem tomando, e essa abordagem  poder-se-ia dizer que se apresenta no filme, porém, observamos o mesmo e  até o contrário, a garota que representa a morte(presumo que a Kirsten seria a "morte", a "melancolia") procura uma escapatória da mediocridade da vida comum, em busca do achar em-si e para-si e assim, podemos até colocar um "q" de abordagem existencialista. Mas, percebe-se que a personagem representada por Kirsten, é antes, uma pensante e sensível ao mundo externo, e isso faz com que surge a então, melancolia. Por sua vez, a irmã que presumo ser a "Vida", apresenta o poder da teoria " Nietzschiana"  e ao mesmo tempo a fraqueza e o medo da morte, onde que sofre  com a destruição da vida.

Então, eis uma teoria bem à grosso modo do que possivelmente Trier aborda no filme. Mas tentaremos ir por outro lado, e em  primeiro momento, vamos ao desmitificação do comum e aos conceitos, em outras dizeres,  o que é  a melancolia ? da onde vem melancolia? por que surge a melancolia? do que vem estruturado a melancolia?

Sem utilizar algum filósofo,  sem utilizar uma abordagem positivista e até psicanalítica, podemos dizer que melancolia é o estado em que se encontra o sujeito, em uma tristeza perante a algo/objeto/sujeito que aparentemente não tem nenhuma causa específica. Eis que alguns filósofos até falam que a melancolia é um estado-natural de um filósofo, e porque? pois, a melancolia sem causa aparente, surge de diversas maneiras, mas com evidência, uma das causas  surge do processo indireto ou direto do ato de pensar, e digo pensar, no termo  de conscientizar-se de algo/objeto/sujeito e realizar uma imaginação perante a esse. Então, o porque da melancolia? se pressupormos que melancolia surge do ato de pensar direto ou indiretamente, do ato e do não ato da sensibilidade perante as coisas externas, então poder-se-ia dizer que a melancolia pode vir da categoria do pensar e sentir. Se o estado melancólico é algo triste, depressivo, de certo modo é o pensar que traz essa tristeza e nos abate com a melancolia. E por que o pensar nos traz algo triste? surge então, uma série de questões propriamente ditas, isso é,  o pensar pode nos trazer algo triste, pois o pensar é algo que reflete quase tudo, ou tudo, isso é, seja o pensar em morte, o pensar na separação do casamento indiretamente, na vida traiçoeira, no trabalho, em qualquer coisa que pode nos fazer ficarmos tristes, onde que pode aparecer de forma indireta, e até sem entender no momento o porque de tal efeito.

Na forma sistemática e até dialética que abordo acima, parece que fica mais claro o porque da personagem de Kirsten talvez seja tão melancólica, e não vem agora, correlacionar toda a filosofia com o filme, até por que, não se trata de um tratado e sim de uma mera "crítica".

Conclusão: Filme excelente, complicado, melancólico e que nos faz pensar, isso é, meche com o intelecto e até pode-nos fazer filosofar. Em suma é um filme filosófico e para bons amantes de bom cinema.

Nós, estudantes das Universidades e grandes escolas francesas, nos declaramos inteiramente descontentes com o ensino de Economia recebido pelas seguintes razões:

1) Abandonemos os mundos imaginários!

A maior parte entre nós escolheu o curso de economia para adquirir compreensão aprofundada dos fenômenos econômicos aos quais o cidadão de hoje é confrontado. Ora, tal como o ensino é ministrado, na maior parte dos casos trata-se do ensino da teoria neoclássica ou de correntes dela derivadas, não atende a essa expectativa. Com efeito, se a teoria legitimamente destaca-se das contingências, no primeiro momento, ela raramente efetua o retorno necessário aos fatos: a parte empírica, isto é, história dos fatos, funcionamento das instituições, estudo dos comportamentos e das estratégias dos agentes, tudo isso é praticamente inexistente. Por outro lado, esse afastamento do ensino em relação a realidades concretas coloca, necessariamente, o problema de adaptação para aqueles que gostariam de se tornar úteis aos atores econômicos e sociais.

2) Não ao uso sem controle dos métodos quantitativos!

A utilização do instrumental quantitativo parece necessária. Mas o recurso à formalização matemática, quando ela deixa de ser instrumento e torna-se fim em si mesma, conduz à verdadeira esquizofrenia em relação ao mundo real. A formalização permite, em compensação, construir facilmente exercícios, “transformar” os modelos, onde o importante é encontrar “o bom” resultado, isto é, o resultado lógico em relação às hipóteses de partida, para poder fornecer boa imitação. Isso facilita a notação e a seleção, sob a cientificidade aparente, mas jamais responde às questões que nós nos colocamos sobre os debates econômicos contemporâneos.

3) Por pluralismo de abordagens em economia!

Na maior parte das vezes as aulas não deixam espaço para a reflexão. Entre todas as abordagens existentes geralmente nos é apresentada apenas uma, e ela pretende explicar tudo segundo o desenvolvimento puramente axiomático, como se fosse A Verdade econômica. Nós não aceitamos esse dogmatismo. Nós queremos explicações plurais, adaptadas à complexidade dos objetos e à incerteza que cobre a maior parte das grandes questões econômicas: desemprego, desigualdades, o lugar dos mercados financeiros, vantagens e inconvenientes do livre comércio, globalização, desenvolvimento econômico etc.

4) Apelo aos professores: acordem antes que seja tarde demais!

Nós bem sabemos que nossos professores estão submetidos a certos constrangimentos. Mesmo assim, nós solicitamos o apoio de todos aqueles que compreendem nossas reivindicações e que desejam mudanças. Se isto não ocorrer rapidamente, o grande risco é que os estudantes, que já começaram um movimento de retirada, abandonem em massa o curso que ficou desinteressante, porque foi desligado da realidade e dos debates do mundo contemporâneo.

NÓS NÃO QUEREMOS MAIS TER ESSA CIÊNCIA AUTISTA QUE NOS QUEREM IMPOR.

Nós não pedimos o impossível, mas apenas que prevaleça o bom senso. Portanto, nós esperamos ser ouvidos o mais rápido possível.

Apenas digo: Nietzsche foi um filósofo memorável e de grande importância e... na música também:





"Eis que surge dúvidas perante ao sujeito eu. Eu em si, ou para si? pensemos... O em si se torna objeto no mundo capitalista, do qual concerne todo tipo de personagens conceituais. O objeto Marx por exemplo, é utilizado como razão instrumental para-si, onde os investidores e empresários utilizam em-si. A própria salvação se torna objeto. Cadê o desvelamento de Heidegger? desvelar o ser, mostrar sua verdadeira face perante a máscara capitalista, quebrar o sujeito mistificador, utilizar-se do modo dialético negativo, ver a entidade ser ser como ela é.


Só sei que nada sei. Na verdade você não sabe que sabe algo, já que disse que não sabe que nada sabe, então não sabe nem que nada sabe."


O eu se torna sujeito na minha visão e se torna objeto na sua visão? Fetiche.. ts ts ts.


Ogata O'gara

Uma das mulheres mais lindas do Brasil, Gisele Bündchen, participou de um comercial um tanto quanto polêmico, do qual  vem sendo abordado por uma série de críticos e filósofos.

Antes de devagar uma certa crítica e uma dialética em relação ao tema que abordarei, vejamos o comercial:





Além de todas as possíveis interpretações perante ao comercial, apresentarei apenas duas interpretações, ambas Marxistas, e  que tocam exatamente na questão que vem sendo destacada pela sociedade, o papel da mulher, a mulher como objeto, etc.

Depois de tanto tempo de lutas politicas feministas, eis que surge uma propaganda colocando o papel da mulher como mero objeto, como mero fator de satisfação e fonte de desejos. O que venho destacar, não é uma mera visão comum, filosófica e ética, sobre o papel da mulher, ou ressalvando a importância das lutas feministas. Destaco para uma a crítica marxista, diante de uma propaganda infame capitalista.

Um dos conceitos filosóficos abordados em Marx, principalmente em relação a ontologia social, vem a ser o conceito de "Coisificação". O conceito significa colocar perante ao sujeito-homem uma característica de um objeto, isso é, o homem como mero objeto perante ao sistema social do qual vivemos. Numa abordagem um pouco equivocada e bem à grosso modo, o ser seria mero objeto. Na propaganda de Gisele Bündchen, observa-se que o publicitário conseguiu "implantar" ao telespectador a ideia de coisificação da Gisele, isso é, mostrou a mulher não como um ser humano, mas como um objeto sexual. Ao mesmo tempo, a propaganda refere-se a um objeto do mercado, isso é, lingerie. Outro termo do jargão marxista filosófico é o "Fetichismo da mercadoria", em outras palavras, seria atribuir valores humanos aos objetos. A propaganda é um dos melhores exemplos de coisificação e fetichismo da mercadoria.

Observa-se então que a propaganda nos mostra, em primeiro momento, no mínimo duas abordagens. A primeira é a Gisele como mero objeto de desejo, e a segunda a própria mercadoria lingerie. A ilusão é passar ao telespectador, principalmente a mulher, o papel de mero objeto e que o objeto de mercado(lingerie) atribuirá características da Gisele("Pólo equivalente", isso é, a Gisele aparece como espelho, como entidade que as mulheres desejam ser, pelo fato da beleza e o do objeto mercadoria lingerie.)

A propaganda serve pra que? se pensarmos do ponto de vista econômico, observamos que a propaganda funciona como indução a compra da mercadoria, ao fetiche de usar uma mercadoria. A propaganda da Gisele não é só uma mera indução de mercadoria, é  uma coisificação da mulher,  uma tentativa de relacionar indiretamente a lingerie com o espelho mídia Gisele.


Existem meras interpretações da propaganda e os "porquês" do banimento. Sobretudo é uma questão ética que envolve princípios (idealistas ou não) do poder da mulher na sociedade. Além disso, ainda poderíamos devagar sobre uma questão filosófica "Sartriana" que envolveria uma serie de interpretações do ser, da consciência etc.

"O homem é habitado por uma falácia: o desejo de ser, que é desejo de fundamentar-se a partir do outro que não ele mesmo"

@ogataogara

Ogata Larsen.








Nome Original : Océans

País : França / Suiça / Espanha

Ano : 2009

Gênero : Documentário

Sinopse : Aproximadamente três quartos da superfície terrestre é coberta pela água. Através de imagens impressionantes e de rara beleza, o documentário mergulha fundo e descobre vários mistérios escondidos nas águas, revelando a vida de incríveis criaturas e os perigos que as cercam, revelados de uma forma única na história.


Crítica : "Oceanos" mostra que a natureza é perfeita !

Animais bonitos , perigosos , estranhos , habitats incríveis e beleza rara. "Oceanos" é resumido nisso , mas de forma artística e cativante. Os diretores Jacques Perrin e Jacques Cluzaud mostram imagens nunca vistas do fundo de diversos oceanos , onde milhares de criaturas vivem. O filme é bem dividido , a diversidade é enorme , aparecem tantos animais , que alguns deles nem sabíamos que existiam , é grandioso. O cotidiano das vidas dos animais na fauna marinha são bem mostrados , desde suas caças até o acasalamento. Em boa parte do filme , imagens de ambientes aquáticos e animais aparecem como uma grande apresentação para o ponto culminante do filme : Desmatamento. A ganância , as questões financeiras falam mais alto do que a vida de qualquer inocente animal. As cenas mais marcantes são a de um tubarão sendo esquartejado e solto de volta ao mar , mas não consegue nadar nem por um momento , e uma baleia sendo atirada por grandes arpões. Estas duas cenas , nos fazem refletir sobre a maldade que os seres humanos são para a fauna , por isso , os diretores franceses pedem "perdão" à natureza e realizam uma crítica sobre a crueldade que as pessoas fazem com os animais. Tirando algumas cenas revoltantes , o resto é bem interessante e possui muito conteúdo , a protocooperação e o predatismo são mostrados de maneira brilhante , uma aula de biologia marinha. "Oceanos" tecnicamente é ótimo e no CÉSAR foi vencedor do prêmio de melhor documentário e indicado nas categorias de melhor trilha sonora e melhor som. O roteiro é ótimo , divide bem o que precisar ser mostrado , possui uma boa apresentanção , desenvolvimento e conclusão e leva acima de tudo , conteúdo. A trilha sonora é perfeita , leva ao filme expressões para os animais. Em cenas de caça e briga , o som de suspense toma conta das telas , e nas cenas tristes mexe ainda mais com a emoção do espectador. A fotografia é brilhante , enquadra perfeitamente. O uso do close-up é exemplar , leva ao espectador a inocência e  o desespero dos animais , destaque também para as belas viagens do travelling. "Oceanos" mostra como os mares são complexos e misteriosos , um filme que deveria ser aplaudido de pé e visto pelos destruidores da natureza.

Avaliação : 4,5 de 5,0

@criticoleonardo

Leonardo Freitas de Carvalho


Nome Original : Dogville

País : Dinamarca

Ano : 2003

Gênero : Drama

Sinopse : Anos 30, Dogville, um lugarejo nas Montanhas Rochosas. Grace (Nicole Kidman), uma bela desconhecida, aparece no lugar ao tentar fugir de gângsters. Com o apoio de Tom Edison (Paul Bettany), o auto-designado porta-voz da pequena comunidade, Grace é escondida pela pequena cidade e, em troca, trabalhará para eles. Fica acertado que após duas semanas ocorrerá uma votação para decidir se ela fica. Após este "período de testes" Grace é aprovada por unanimidade, mas quando a procura por ela se intensifica os moradores exigem algo mais em troca do risco de escondê-la. É quando ela descobre de modo duro que nesta cidade a bondade é algo bem relativo, pois Dogville começa a mostrar seus dentes. No entanto Grace carrega um segredo, que pode ser muito perigoso para a cidade.


Crítica : Com três horas de duração , "Dogville" faz o tempo passar rápido com as chocantes cenas.

Desde que o movimento dinamarquês Dogma 95 foi criado , são poucos os filmes que respeitam todas as regras. "Dogville" não é diferente , possui trilha sonora , iluminação artificial , armas e outros meios que não poderiam ser usados no movimento cinematográfico criado pelo próprio Lars Von Trier. O filme é dividido em nove capítulos e um prólogo , não deixa o tédio chegar em momento algum e faz o espectador ficar impressionado com as cenas fortes e chocantes. Lars Von Trier cria uma história que se passa na época da crise de 1929 , onde a ganância e a exploração , fazem de Grace (personagem principal do filme) sofrer e revoltar-se com os acontecimentos. Um filme forte e sensacional , somente o espectador que admira e curte o cinema inteligente , irá apreciar esta obra-prima. Tecnicamente o filme é fortíssimo , não erra em nada e está entre os três melhores filmes do novo século. O roteiro é fantástico , os diálogos são marcantes e ofensivos ao mesmo tempo , principalmente na conversa entre pai e filha na cena final. Além disso , a história e os personagens são bem apresentados , o filme é bem dividido , o clímax é brilhante e a locução em voz over é extraordinária. O elenco é perfeito , todos os atores fazem uma espécie de mímica , onde os personagens precisam imaginar os objetos , principalmente portas. Nicole Kidman faz um dos seus melhores trabalhos , marca a sua personagem e merecia vencer mais prêmios por sua brilhante atuação. Lauren Bacall , Paul Bettany e Patricia Clarkson são os outros destaques. O resto do elenco também é bom , são muitos os nomes. A trilha sonora barroca é ótima , bem encaixada , aumenta o clima de tensão e emoção em todos os momentos que aparece , sua função é fundamental no filme. A fotografia apresenta-se muito bem , penetra nas emoções dos personagens e coloca o espectador no papel de um bisbilhoteiro , como se estivesse testemunhando os acontecimentos. A direção de arte é diferente e genial , como se fosse uma peça teatral , o cenário é todo marcado com um tipo de giz. Além disso , habitua o espectador no local , e com a ajuda do figurino , transporta-o para a época em que se passa. Um filme com conceitos psicológicos e técnicas brilhantes , tudo o que um cinéfilo gosta. "Dogville" brilha nos seus 177 minutos e merecer ser visto por todos que entendem cinema. Até agora , o melhor filme de Lars Von Trier.

Avaliação : 4,5 de 5,0

@criticoleonardo

Leonardo Freitas de Carvalho

Grécia seguirá na zona do euro, diz Comissão Europeia

Agência Estado - publicado em 28/09/2011

A Grécia continuará a ser parte da zona do euro, que necessita de mais integração e disciplina para reforçar sua credibilidade, afirmou o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, em discurso sobre o estado da União, diante do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. "Para a zona do euro ser confiável, precisamos integrá-la de verdade", defendeu.

Barroso declarou que mais mudanças podem ser necessárias nos tratados que estabeleceram a União Européia, a fim de fortalecer a capacidade do bloco de responder aos desafios econômicos. Ele disse ainda, que a Comissão adotou hoje uma proposta para a criação de um imposto sobre transações financeiras que pode gerar mais de 55 bilhões de euros por ano.


O título deste post faz referência a um ditado grego que muito tem a ver com o atual momento vivido na Zona do Euro. A três semanas atrás no post “Estados Unidos da Europa” eu apresentei alguns cenários que se desenvolveriam no decorrer do tempo e o que vemos hoje é uma mescla do Plano A com o Plano B. As recentes noticias tem confirmado essa situação e por mais que os Chanceleres, Premiers ou Representantes de Estados da Alemanha, Finlândia e Holanda digam que são contra mais ajudas aos Países periféricos, isso não passa de discurso para seu eleitorado, porque na verdade “ruim com eles, pior sem eles”.

Isso quer dizer que quem fala sobre uma saída dos países periféricos da Zona do Euro não entende a dinâmica e o objetivo do projeto no qual essa zona foi construída. Essas análises em gerais são feitas e veiculadas em mídias através de experts Anglo-Saxões.

Para compreender melhor sobre a dinâmica de uma saída forçada da Grécia basta retomarmos o post de Junho “Quando o impulso vira um empurrão? Expondo a ameaça incrível de uma saída forçada da Grécia da zona do euro”. A mesma análise pode servir analogamente a Portugal, Irlanda, Espanha, Itália e etc, basta trocar os nomes. A dinâmica não será diferente, talvez o tamanho do estrago.

No entanto eu incluiria mais alguns desdobramentos nessa análise. Caso algum dos países periféricos fosse forçado a deixar a ZE e adotar uma nova moeda, essa sofreria uma desvalorização fortíssima, no momento em que fosse posta em circulação, de maneira mais abrupta que alguns analistas pensam. Poderíamos assistir a desvalorizações na casa de 50%. Seria mais do que uma “desvalorização competitiva”, sem contar que a dívida desses países agora fora do Euro continuaria em Euro. O Euro por sua vez ,“limpo” desses problemas valorizaria, o que tornaria a dívida externa ainda mais impagável. Sabemos bem que essa dinâmica de crise cambial e dívida externa levaria o país a um Default e uma situação que poderia, ou mesmo levaria, a hiperinflação, demorando décadas para reconstruir um país devastado por essas condições econômicas.

Outra opção que se tem falado é a criação de uma nova moeda, liderada nesse caso pela Alemanha e junto com outros países em melhores condições e até alguns que hoje estão fora da ZE. O que aconteceria é o oposto. Essa nova moeda se valorizaria abruptamente, estancaria o modelo de crescimento led-by-exports da Alemanha e estes países agora credores de uma moeda mais fraca, o Euro, teriam dívidas à receber nessa moeda mais fraca, contribuindo assim para uma crise em seus Balanços de Pagamento.

Portanto, é preferível ser dono de uma moeda a escravo de duas. Mais do que isso, ainda acredito que a Mescla de Plano A (default parcial, reestruturação, reescalonamento e novos pacotes de ajuda) com o Plano B (mais integração fiscal e orçamentária entre os países, ver o link) tem se mostrado o cenário mais favorável no médio prazo.

Vale a pena dar uma olhada no seguinte artigo para entender melhor a Crise Européia: What Really Caused the Eurozone Crisis? (Part 1)

Fiquem em paz!

Ps- Para quem não viu a sinceridade de um investidor: Clique aqui.


Rafael Leão - http://liberdademoderna.blogspot.com/

A coluna do jornalista e filósofo Hélio Schwartsman, no dia 25/08:




"Desenvolvo hoje um matéria publicada na última segunda, mas que, por imposições do espaço físico, saiu num tamanho muito menor do que o ideal. A ideia era mostrar alguns experimentos que, tomados pelo valor de face, nos fazem perder a fé no gênero humano. Eles revelam fraquezas fatais da espécie, vieses constrangedores e ilusões cognitivas comprometedoras.


Antes, porém, de concluir pela inviabilidade do Homo sapiens, vale lembrar que também seria possível levantar experiências que sugerem, à maneira de Rousseau, uma natureza humana boa, capaz de altruísmo autêntico, de transcendência e de produzir conhecimento. O problema é que, entre os "bugs" implantados em nosso cérebro, está um que nos impele a ver o mundo como uma sucessão de dicotomias --somos bons ou maus?, a vida tem ou não um propósito?, somos só bichos ou ultrapassamos a animalidade?--, quando a realidade é mais bem descrita num "continuum", que admite o convívio de nossas falhas e virtudes.


Meus amigos do caderno Ciência fizeram o que era possível para adequar as copiosas descrições que eu lhes enviara aos parâmetros do jornal que, receio, sacrifique cada vez mais os textos em favor de imagens e outras firulas. Mas, como eu acho que frequentemente a genialidade de um experimento está em seus detalhes, volto à carga, trazendo mais casos (não couberam todos) e seus às vezes indispensáveis pormenores. Prometo, porém, que vou poupar o leitor das tecnicalidades mais aborrecidas. Divirtam-se.



1. Stanford Prison Experiment (SPE)
O que importa é o caráter das pessoas, certo? Talvez não. Em 1971, o psicólogo Philip Zimbardo estava interessado em descobrir se traços de personalidade de prisioneiros e guardas explicavam situações abusivas nas cadeias. Para tanto, decidiu criar um simulacro de xadrez no porão do Jordan Hall (sede do Departamento de Psicologia da Universidade Stanford).


Recrutou 24 voluntários em perfeita saúde mental. Num sorteio, parte do grupo ficou com o papel de guarda, e o restante, com o de prisioneiros. Estes receberam um uniforme e um número, pelo qual passaram a ser chamados. Os guardas ganharam vestes militares, óculos escuros e um cassetete. Foram instruídos a assustar os presos, mas jamais usar força física contra eles.


Rapidamente as coisas saíram de controle. Os guardas começaram a mostrar-se cada vez mais cruéis para com os prisioneiros, que, depois de uma tímida tentativa de rebelar-se, foram aceitando docilmente as humilhações a eles impostas. Eram forçados a participar de contagens e a fazer exercícios como sanções disciplinares. O próprio Zimbardo se deixou absorver pela situação e pelo papel de superintendente. Foi só depois que sua namorada visitou o local e constatou que limites éticos haviam sido rompidos, que o psicólogo começou a questionar a moralidade da situação. No sexto dia, o experimento, concebido para durar duas semanas, foi interrompido (e sob os protestos dos guardas).


A moral da história é que o comportamento dos participantes foi em larga medida ditado pela situação em que se encontravam, com papéis que lhe foram aleatoriamente atribuídos, e não apenas por traços de sua personalidade. É um "insight" para compreender situações como Abu Ghraib e até fenômenos sociais como o nazismo.




2. Milgram
Na mesma linha do SPE, mostra que, quando a situação o exige, pessoas normais são capazes de coisas terríveis. Em 1963, Stanley Milgram, da Universidade Yale, descreveu experimentos nos quais voluntários são convidados por um pesquisador a aplicar choques elétricos num ator como punição por respostas errada num teste de memória. O voluntário, é claro, não sabe que seu companheiro é um ator e que a máquina de choque é falsa. Não obstante, quando instados pelo pesquisador a aumentar a voltagem dos choques falsos, 65% obedeceram até chegar à carga máxima de 450 volts, apesar dos gritos do ator.




3. "Political junkies", o prazer com a contradição
Ao decidir o voto, colocamos a razão a serviço do bem comum, como quer a turma do politicamente correto, ou de nossos interesses, na versão cínica. Esqueça. Isso é bobagem. O psicólogo Drew Westen (Universidade Emory) mostrou que, também na política, as emoções falam mais alto que a lógica. Ele enfiou 15 eleitores do Partido Republicano e 15 do Partido Democrata num aparelho que monitorava a atividade de seus cérebros enquanto seus candidatos do coração apareciam em situação desfavorável. A cada um dos participantes foram apresentadas seis situações fictícias que mostravam flagrantes contradições de John Kerry (candidato democrata), seis de George W. Bush (republicano). Ao final de cada situação, o participante tinha de dar uma nota, indicando se achava que o candidato havia caído em contradição e em que grau, de 1 (discorda fortemente) a 4 (concorda fortemente).


Como previsto, os eleitores não tiveram dificuldade para perceber a contradição do candidato a que se opunham, colocando a avaliação média perto de 4. Já as contradições dos postulantes de sua preferência receberam nota próxima a 2. Analisando as imagens do "scanner", os cientistas puderam reconstituir os passos da razão eleitoral de suas cobaias. Quando os eleitores foram confrontados com informação potencialmente ameaçadora a suas convicções, foram ativadas redes de neurônios associadas a estresse. O cérebro percebe o conflito entre os dados e o desejo e começa a procurar meios de desligar o interruptor que deflagrou a emoção negativa. Em seguida, os circuitos ligados à regulação de estados emocionais recrutam crenças capazes de eliminar o estresse. É por isso que a contradição é apenas fracamente percebida. Os circuitos normalmente envolvidos no raciocínio lógico quase não são ativados.


A surpresa foi constatar que esse processo de relativização das contradições não se limita a desligar as emoções negativas. Ele também dispara emoções positivas, acionando circuitos do sistema de recompensa, que em grande parte coincidem com as áreas ativadas quando viciados em drogas tomam uma dose de manutenção.




4. Professor Fox
O importante é ter conteúdo. Essa é outra balela. Aparências são muito mais importantes. Em meados dos anos 70, psicólogos da Universidade da Califórnia criaram o Dr. Myron L. Fox. Ele era uma fraude. Não havia nenhum Dr. Fox e seu currículo foi completamente inventado. Para representá-lo, contrataram um ator charmoso que deu uma aula sobre "teoria dos jogos matemática aplicada à educação física". A aula não passava de um amontoado de bobagens sem sentido, repleta de frases de duplo sentido, contradições e neologismos. Mas o ator era bom e dizia essas coisas com clareza, confiança e autoridade.


A plateia, composta por psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, adorou. Na hora de avaliá-lo, deu-lhe notas positivas, incluindo 100% de aprovação no quesito "estímulo ao pensamento".


Vídeos da aula do Dr. Fox foram exibidos a outros públicos, incluindo um formado por professores e administradores de cursos de pós-graduação. E o Dr. Fox recebeu excelentes notas de todas as audiências."


E por aí vai, leia o Artigo na íntegra


Depois da decepção filosófica do artigo, podemos até pensar: "Conhecimento é sofrimento", ideia similar ao filósofo Shopenhauer. Mas na verdade, todo artigo acima, reflete um sério problema dos filósofos: O pessimismo.


O pessimismo não é uma "corrente" recente (utilizei o termo corrente para denotar ao sentido de escolas filosóficas, isso é, empirismo, helenismo, racionalismo, etc), isso é, não surge em Shopenhauer. O pessimismo vem desde os tempos da Grécia, e em questão histórica e humanitária, apenas nos mostrá que sempre existira e existirá o pessimismo. E o porque disso? por vários motivos, dentre eles: experiências de vidas, amores frustrados, período histórico, traumas , o pensamento etc.


Um dos filósofos que trata de analisar o pessimismo e a razão ao se buscar a filosofia  é Nietzsche, do qual, relacionada o pensamento com a decadência. Uma das teorias de Nietzsche, em o "Crepúsculo dos ídolos", afirma à grosso modo que Sócrates só buscou a razão, a filosofia, o amor ao saber, por que ele era feio, e era cansado da vida, talvez em outras palavras, a decadência levou Sócrates à filosofia. 


O que se quer chegar com esse "artigo"?  não me entendam mal, não estou dizendo que Nietzsche estava correto ao fazermos pensar que a decadência nos leva a filosofia, estou na verdade tentando de uma certa forma, mostrar que as vezes é a experiência e o "mal" conhecer  que nos leva à decadência, e que as vezes a filosofia pode sim nos levar a decadência, mas em contraponto, a filosofia pode nos "salvar". (Nietzsche versus Spinoza)


A filosofia pode levar a decadência? Sim, pode (Nietzsche). A decadência pode levar a filosofia ? Sim,pode (Sócrates, se aceitarmos o pressuposto por Nietzsche). Mas a filosofia também pode explicar e até solucionar a decadência.


Enfim, o pessimismo não surge só de uma variável e sim de muitas, mas o que mostrei é que uma delas é o pensar e a experiência, e que o filósofo apesar de  tudo, é humano, isso é: "Humano, demasiado humano" e acima de tudo,  o filósofo é aquele que pode tentar tecer uma melhor interpretação perante ao pessimismo, com o próprio pensar. "Saber pelo saber ao saber positivo, ao saber negativo, ao equilíbrio e principalmente ao saber". Não se enganem, as vezes a verdade pode ser ruim, mas muitas vezes é pela verdade que se acha a solução.


Em suma: Artigo de caráter pessimista, positivista e bom... a questão não era o artigo...


@ogataogara

Ogata Larsen

 Título Orignal: Vivre sa Vie: Film en Douze Tableaux


 Direção: Jean-Luc Godard


Crítica:



Fazer uma crítica à Godard, o cineastra filósofo, não é a coisa mais simples do mundo, por isso, talvez, essa “crítica” seja um tanto equivocada e subjetiva. O que falar de um cineastra que faz filmes como se fossem livros de filosofia ? Narrações, diálogos, enredo, roteiro, elenco e outros coisas mais, fazem parte dos filmes de Godard. Confesso que sou um apaixonado pelas obras dele,  e tento analisar de um certo ponto de vista crítico, isso é, filosófico.  Sem mais delongas, vamos à minha apologia.

Extremamente genial, poético, filosófico, dramático e existencialista. Vivre sa vie é um daqueles filmes que você assiste e fica com ele na  mente, ou melhor dizendo, na sua alma. As questões abordadas pelo filme, a temática apresentada com grande estilo e arte, fazem com que nós pensemos em toda questão dramática da vida. O tema abordado por Godard é simplesmente a vida. A busca pelos sentidos da vida, a conceitualização do que é a vida, a metafísica da vida, apresentando uma série de indagações subjetivas e objetivas.




Além de tudo, ainda conta com uma  técnica engajada no filme, isso é, percebe-se alguns elementos da filosofia. Godard entra primeiramente com a questão socrática, isso é, a indagação ou refutação para a catarse do conhecimento, ou seja, dialética, a forma de  perguntar e responder elaborando conhecimento,  através de teses e antíteses. Godard em alguns segmentos mostra o caráter crítico diante da sociedade, tentando eliminar preconceitos. Ainda conta com elementos existencialistas, isso é, à grosso modo, a ideia de que a existência precede à essência, mostrando de forma clara que nós é que escolhemos os nossos atos. E um dos pontos também que analisei, foi o fator linguístico, onde Godard parece mostrar a ideia de problema da linguagem.  Dentre de algumas referências, acredito que nesse filme há: Sócrates, Shopenhauer, Hegel, Heidegger, Sartre,Platão, Edgar Poe e Wittgeinsten, ou seja, em termos filósoficos, temos(à partir de uma interpretação minha) o Existencialismo, pessimismo e a crítica à linguagem.

Com uma atriz principal de tirar o fôlego, uma filmagem um tanto clássica e alternativa, diálogos excelente e frases marcantes, temos uma das obras que qualquer cinéfilo deveria assistir. Viver a vida.

“A verdade está em tudo, até mesmo no erro”.

Mais que digno de cinemacultura.

Obs: Lembre que é minha interpretação, e sim, talvez, subjetiva e que eu fiz uma certa propaganda do filme.(É um dos filmes que mais gosto.)
Ogata O’gara

• Título Original: The Elephant Man


• Direção: David Lynch


• Roteiro: Christopher De Vore (roteiro), Eric Bergren (roteiro), David Lynch (roteiro), Sir Frederick Treves (livro), Ashley Montagu (livro)





Crítica:

Segundo Aristóteles, a palavra “Espanto” seria o principio da filosofia, isso é, a indagação perante ao senso comum, espantar-nos e indagarmos, ou seja, em outras palavras, ter um pensamento crítico perante à esse mundo que nos espanta e nos assusta. O que esse filme nos trás é o “espanto”. Aquele do qual, passamos de cena em cena, nos indagando, nos angustiando, sofrendo com o personagem principal. O que esse filme nos trás é chocante, do ponto de vista subjetivo, o sentimento de ódio, de ternura,estranheza e  compaixão, e de tantos e outros adjetivos para cada cena. Do ponto de vista crítico e filosófico, vemos como o ser humano pode ser cruel, decadente, e até mesmo delicado, poético e belo.  O que Lynch nos trás nesse filme, ao meu ver, é uma grande crítica à sociedade, principalmente ao preconceito. Vemos de forma exata no filme, o que realmente acontece em muitos lugares: Quando algo é diferente, seja belo ou feio, é chamativo, e por isso espanta a sociedade por sair do senso comum, e a sociedade, cheia de preconceitos tem uma certa dificuldade de aceitar.E o que é alternativo, diferente, torna zombaria.


Esse é um dos filmes que mais lidam com a ontologia do ser humano. Também é um ótimo filme de drama, que nos toca de forma crítica e angustiante, considerando também que é uma história real. Triste, feliz, poético, dramático, filosófico,anti-ético, tudo junto em um só filme, que por ironia é preto e branco. Ainda conta com um elenco bom, isso é, Anthony hopkins e John Hurt.

Um dos poucos filmes, do qual podem fazer você se emocionar.

Esse filme pode ser relacionado à uma série de outros temas e abordagens, mas, confesso que limitarei à escrever apenas o que está acima, sem considerar algumas questões da psicologia social, filosofia técnica, estética e outras coisas.. justamente por ser um filme extramente emocionante, triste e belo, não alongarei mais.. seria equivocado da minha parte escrever uma crítica de alguns caracteres à algo tão profundo e artístico.

É impressionante como uma pessoa tão feia externamente, pode ser tão bela internamente.  Também é de se chocar como existe na sociedade um preconceito contra o que é diferente. O espanto maior ainda é:  descobrir que é uma história real e  como “o homem pode ser o lobo do homem”. 


“Well, I would say that if you could manage to get to the end of The Elephant Man without being moved…I don’t think you’d be someone I’d want to know” – John Hurt


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Trailer:


Nome Original : Irréversible

País : França

Ano : 2002

Gênero : Drama

Sinopse : O filme narra, de trás para frente, a história de uma vingança. A primeira seqüência mostra dois amigos desesperados, Marcus (Vincent Cassel) e Pierre (Albert Dupontel), saindo pelo submundo de Paris à procura do homem que teria estuprado e espancado Alex (Monica Bellucci), a atual namorada de Marcus e ex-namorada de Pierre. Em seguida, a narrativa volta passo a passo no tempo para mostrar como Marcus e Pierre descobriram o nome do autor do crime, recuando até o próprio estupro e os eventos que o antecederam.


Crítica : Gaspar Noé traz uma obra-prima onde expõe reflexão sobre os atos.

Só de olhar para a capa deste filme , lembramos da forte cena em que mais impressiona o espectador. Aquele túnel com paredes vermelhas e com pouca iluminação , nos concede uma visão de que é um "submundo" , um lugar perigoso , principalmente para uma mulher sozinha. O maior mérito disso , é da direção de arte , que valoriza muito nos aspectos sujos e ambientam o espectador no perigo. O filme gira em torno desta cena , que é de deixar qualquer um nervoso e boquiaberto. A narrativa é contada de trás para frente , e logo no início do filme , fiquei me perguntando o que seriam aqueles acontecimentos e quem seriam aquelas pessoas. Conforme o andamento da história , fui me impressionando com as cenas , ainda mais ao saber quem são os personagens e o porquê daquela barbaridade , gerada pela ignorância e baixaria da humanidade. Na abertura , os nomes aparecem invertidos , e como aparecem no lugar dos créditos iniciais , o filme não possui créditos finais , ou seja , é totalmente narrado de forma inversa. O ritmo é bem interessante , uma gradação pura , onde com menos de vinte minutos , o espectador fica chocado com tantas cenas fortes , e conforme o tempo vai passando , as cenas ficam mais suaves e tranquilas. Caro leitor , "Irreversível" é uma obra-prima , ainda mais quando se fala de cinema francês , infelizmente é um filme pouco aceito pelo público em geral , mas os críticos o idolatra. Tecnicamente o filme é impecável , principalmente quando se fala da fotografia , e injustamente levou apenas uma indicação à Palma de Ouro do Festival de Cannes , logicamente merecia algumas indicações à prêmios como Oscar e Globo de Ouro. O roteiro é ótimo , a narrativa é bem estruturada , a coesão é perfeita e o clímax é grandioso. O elenco é muito bom , Vincent Cassel está ótimo e é o destaque , concede ao seu personagem uma tensão enorme e deixa o espectador curioso para descobrir o motivo daquele desespero de seu personagem. Monica Bellucci realiza as cenas mais difíceis e merece reconhecimento. A trilha sonora é boa e chocante no final , aumenta a emoção do espectador absurdamente. A fotografia é perfeita , enquadra bem e aumenta o clima de tensão. Curiosamente , com pouca iluminação , deixa o começo do filme com muito suspense. Durante o desenvolvimento , ganha mais cores e luz , e fica com um tom mais suave , ou seja , começa escuro e termina iluminado , um trabalho repleto de técnicas brilhantes. O diretor Gaspar Noé usa métodos pertubadores e com uma fotografia exemplar (quase um plano sequência) , "Irreversível" está entre os três melhores filmes de 2002.

Avaliação : 4,5 de 5,0

@criticoleonardo

Leonardo Freitas de Carvalho

Afinal, o que é a "Felicidade"?


Ninguém tem uma resposta padrão para essa pergunta. O que temos é uma noção pessoal daquilo que sentimos quando determinadas situações acontecem dentro ou fora de nos.


O que é importante perceber, é se sua felicidade depende exclusivamente de você, de seus sentimentos e suas reações aos outros, ao mundo. Ou se depende exclusivamente dos outros, de como reagem ou de como o mundo "te trata".


O grande filósofo Spinoza defende que somos plenamente capazes de apenas nos afetarmos positivamente com os outros e com nós mesmos. Ou seja, apesar de todas as desavenças que podem nos ocorrer, somos capazes de escolher como somos afetados.
Podemos escolher nos afetar positivamente com tudo o que aconteça, seja bom ou ruim. O que importa não são os fatos ocorrentes, mas como os enxergamos.


No entanto, para isso é necessario se conhecer. Se conhecer à fundo, como funciona seu interior, quais são seus medos e esperanças, o porquê de nossas reações serem como são. Feito isso, somos capazes de transformar nossos afetos em algo positivo para nossa essência. Sempre.


Esse é um dos maiores ensinamentos que absorvi deste grande homem. Me apropriei de sua ética. De seu modo de ver a vida.
E o resultado é: enxergamos que nem todos querem de verdade nosso bem, a maioria das pessoas é egoista e não se da conta (diz que quer seu melhor, mas so' apoia enquanto não os afeta, por exemplo).
Se optamos por nos afetar bem sempre, enxergamos os desejos mais internos das pessoas, e as perdoamos por isso. E melhor ainda: não nos afetamos mal com suas ações impensadas, reativas.


A cada novo dia me deparo com todo tipo de pessoa e, garanto, que fico feliz com quem de fato me quer bem, e aceito, mas não absorvo aqueles que não se conhecem, que não me conhecem (mas acham que sim), aqueles que so' pensam em si.


E sigo feliz.
Sem precisar conceituar nada.

Cecilia Olichon


Cecilia

O primeiro post quase sempre é o mais complexo e o mais difícil de elaborar. Por essa razão, e por uma questão de abordagem filosófica, dividirei esse post em algumas partes, isso é, uma parte contendo uma introdução a pergunta filosófica "O que é filosofia?"  Na segunda parte, uma  abordagem um pouco mais criteriosa e acadêmica, do qual as críticas serão bem-vindas. Por último, uma parte relacionando conceitos de alguns filósofos e alguns videos...

Logo de imediato, ao entrar no blog vem-se à pergunta "O que é filosofia?", por que "Espanto caótico?", arte e economia também ? o que existe na relação ?  Uma série de perguntas podem ser elaboradas pela mente do leitor, e viso que isso  é relativamente bom, por que ? Acredito que um começo  para se entender a filosofia surge na própria dúvida perante à própria pergunta "O que é a filosofia?". Antes de me atrelar a dar uma elaboração a pergunta e a resposta, gosto de correlacionar com um filósofo.


Uma frase bastante interessante de um filósofo, Thoreau, é: "Mais que amor, dinheiro e fama, dai-me a verdade". O filósofo transcendentalista conseguiu expressar em apenas uma sentença o que em  parte a filosofia procura, isso é, a verdade. Mas o que é verdade ? Aí está um dos temas que irei escrever futuramente, e que possivelmente será equivocado.


Uma frase também interessante de Sócrates que cabe muito bem  a resposta da pergunta "O que é filosofia?" é: "Teodoro, meu caro, parece que não julgou mal tua natureza. É absolutamente de um filósofo esse sentimento: espantar-se. A filosofia não tem outra origem..." À partir desse ponto, podemos mais ou menos ir caminhando em direção do que é a filosofia, e em primeiro momento, o leitor mais atento, poderá perceber que o nome do blog tem um tom  "intra" filosófico.


"O conceito é essência"-Hegel. 


Em um primeiro momento analisaremos a  palavra filosofia. A palavra surge do grego,  (Philos= amigo e Sophia= sabedoria) e em sentido menos formal, o filósofo seria o sábio, aquele amigo da sabedoria. Seria uma arte a filosofia ? ou seria uma ciência? O que diabos seria a então a filosofia ? Atente para  a dialética que usarei aqui, de modo a firmar um tratado.


Suponha que numa sala de aula, contenha uma série de 40 alunos,isso é: 10 físicos, 10 químicos, 10 filósofos e 10 matemáticos.  Se perguntarmos para cada grupo de respectiva matéria o que significa: Física, Química, Filosofia e matemática, teríamos uma resposta mais ou menos semelhante em física, uma resposta abstrata, porém exata de matemática e química, mas para os 10 filósofos, teríamos talvez, mais de 10 conceitos para o que é a filosofia. Considere agora que dentre desses 10 filósofos, um seja Nietzsche, outro Marx, Heidegger, Sartre, Husserl, Platão, Sócrates, Hegel, Descartes, Kant, e por final você esteja lá como ouvinte. Perguntamos a esses dez "alunos": "O que é filosofia?" veríamos provavelmente uma grande discussão na sala, cada um abordando uma resposta diferenciada, cada uma atribuindo possivelmente suas influências, e cada um deles apresentando suas filosofias, isso é, seria a vontade de poder de um lado, a dialética do outro, a fenomenologia no canto, na vertical a violência do racionalismo, o existencialismo perante à tudo e por final uma dança mítica nada agradável.  O que isso quer dizer? A pergunta "O que é filosofia?" recorre tanto no setor gramático, como no setor histórico, tanto no setor filosófico, como na história e como universal, talvez não tenhamos um conceito fixo, mas sim uma conceito dialético do que é a filosofia.


A pergunta "O que é filosofia?" já é uma introdução a filosofia, isso é, a pergunta da pergunta, o que é que é  a  filosofia ?  já é uma introdução. Salvo, alguns paradoxos, vamos aprofundar mais.


Subentende que entendemos  a  pergunta "O que é a filosofia" e entendemos, à grosso modo, o conceito de filosofia, isso é, sinteticamente, um amor ao saber, o prazer ao conhecimento. Mas então a filosofia é só o amor ao saber? Não e sim. Existe um conceito para definir o que é? a filosofia ? Veremos na próxima parte, um conceito um pouco mais acadêmico, um conceito retirado de alguns livros e sintetizado,mas por ora, vamos a um esboço do que seja a então clamada filosofia.


Filosofia não é algo físico, mas é algo que observa o físico e que analisa o físico, que critica e faz do uso da razão o entendimento do físico e o não físico. Faz o uso da sensibilidade para a percepção e para depois a concepção. Vejo que a filosofia seria uma raiz ao conhecimento, ao saber, ao prazer do conhecimento, seria o ato de pensar de forma não comum, de forma não banal, de desbanalizar o banal (como diria o filósofo brasileiro Ghiraldelli). A filosofia é além de um amor a sabedoria,  é um espanto a esse mundo caótico, esse espanto que nos faz duvidar das coisas comuns, nos faz perguntar "Por que", nos faz perguntar " O que é isso, o que é aquilo? "como surgiu isso?". A filosofia também é uma série de conceitos, de jogos de palavras, de perguntas e de respostas, de auto-conhecimento,  de dialética, de metafísica, de lógica, estética. Acredito que seja de tudo um pouco , visando a verdade, o conhecimento,  a solução ou a crítica, ou tudo. 
A filosofia é vida e morte.


A síntese da introdução seria: A filosofia é a primeira sabedoria, aquele saber de todas as causas, saber do fundamento, do principio, das primeiras causas. "Saber pelo saber". O Saber filosófico é um saber crítico.


Encerro a primeira parte do trato " O que é filosofia?". Não me contarei a não criticar o meu próprio texto abordado acima, mas ressalvo que é uma introdução e que o leitor mais aprofundado saiba utilizar-se do bom senso para fazer uma crítica. 


Por final, peço aos filósofos que escrevem uma pequena resenha caso não concordarem com o que eu escrevi, ou caso queiram acrescentar algo. 


Ogata Ogara


Um pouco de humor:


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