O Leitor é um filme teuto-americano de 2008, dirigido por Stephen Daldry e baseado no romance Der Vorleser do escritor alemão Bernhard Schlink.

Elegante, dramático, triste, poético e até certo ponto intrigante. O Leitor apresenta características de um filme que deixará marcas no pensamento, nas ideais, no sentimento e na percepção do telespectador. Um romance dramático que lida com muita subjetividade e que pode trazer revolta ao telespectador, paixão ou ódio pelos personagens. O personagem principal, Michael Berg, frio mas ao mesmo tempo sensível, fechado ao seu modo, deixa o filme com um tom de racionalidade, nos demonstra sentimento, transcende esse sentimento para quem vê. Hanna Schimitz que é interpretada pela Kate Winslet, nos faz questionar a cada instante suas ações e seu passado, nos envolve de tal modo que é complicado não nos colocarmos na posição dela. O Romance consegue envolver o telespectador, prender e deixar dúvidas ao longo do filme.

Além de todo um romance, ainda existe como pano de fundo, um tema social e moral que não deixará de ser acoplado ao decorrer da história. O que mais é relevante no filme e no livro é a presença de vários temas em uma só história, por exemplo: o filme aborda e envolve o nazismo, analfabetismo, a moral, a confiança nas pessoas, a ingenuidade, vergonha por questões sociais , amor na faixa etária, suicídio, etc. Não é a toa que o filme teve 5 indicações ao Oscar, mas é evidente que não é apenas por vários temas que foram abordados, sabemos que existem muitos filmes que abordam vários temas, mas o filme acopla em um plano muito interessante, uma união de todos esses temas de maneira artística.

Kate Winslet não apenas atuou de forma simples, ela foi muito além do que ela é em outros filmes. Simplesmente incorporou a figura de Hanna Schimitz, com todo ar de mulher alemã, linda, eloquente e com expressões faciais que trazem à tona o que filme transcorre. Importante descartar que ela ganhou o óscar de melhor atriz.

Com um enredo bom, uma história marcante, dramático e artístico, trilha sonora razóavel, fica difícil fazer uma crítica que seja fria o suficiente para dizer as partes ruins do filme, mas, salvo o relativismo, ruim é uma conceito filosófico que não vem em questão. O longa é um dos melhores que vi esse ano, apesar de ter lançado em 2009, apenas tive a oportunidade de ver agora e o que posso dizer é que merece destaque.

É um filme filosófico também, se bem que qualquer filme tem um pouco de filosofia desde que você seja um filósofo nele, mas o filme passa uma questão interessante, já abordada pela Hannah Arendt, de que muitas vezes fazemos coisas sem pensar, pois, somos levados pela ignorância e pela sociedade, como se fossemos uma manada, um efeito manada que ocorre porque todos fazem. A banalidade ruim, maligna, se torna uma coisa que a sociedade representa como boa, basta estudar o povo alemão no tempo nazista. Hanna Schimitz não passa a ideia de mulher má, mas de uma mulher com coração bom na primeira parte do filme e em um segundo momento passa-se por uma pessoa má e, ainda num terceiro momento, representa uma pessoa ingenua. A sociedade se baseia na moral, ou nas leis? e as leis são redigidas como? Vale tentar se envolver a cada ponto do filme, não só no romance entre o jovem Michael e a Hanna, mas como também pelo que transcorre ao longo do filme, pelas questões que vem à tona e que merecem grande destaque ético.É preciso se perguntar e questionar as atitudes e as ações de ambos os personagens.

Como disse, além de dramático, o filme é um romance triste, mas que com o pano de fundo envolve questões que merecem o destaque de questionamento filosófico. A bela atuação de Kate , a história marcante e a moral por trás, não só fazem um filme bom, como fazem um filme digno que merece ao menos respeito.

"As vezes, o pensar não adianta nada se não for digno de uma ação. Uma ação que pode mudar toda uma vida e uma outra multiplicidade de pensamentos com uma criação de conceitos." F. Ogata

Lobo Larsen- F.Ogata

@ogataogara

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