“Não é tão simples como parece. Aquele pensamento transcende, vai além. Os lábios dela falam por si, quase tocam os meus e, os pensamentos tão frustrados se encontram com os lábios dela, carnudos, vermelhos na cor do sangue. Frustrante eu fico no decair da noite, não a tenho mais, mas tenho os pensamentos, os encontros representativos. Os lábios vibram e aquele sorriso sobe, não muito…  aos poucos a memória dela ressurge. Era só ela, só aqueles lábios e aquele sorriso demoníaco que me agradava, o resto era desconsiderado. Seria ignorância abandonar tanta beleza assim?

A vida passa, o tempo corroí o coração, os pensamentos amadurecem e aquela imagem, não muito distante, continua em minha alma. Dádiva ou maldição? Um velho encontro com ela que os pensamentos me trazem…Frio, distância, amargura, frustração, solidão, mas mais que tudo isso, ela me leva ao novo, a criação destruidora. Algo novo surge no amor, não sei muito bem o que é, mas é um velho-novo encontro.” 

F.M.Ogata - Lobo Larsen




Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos

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