4° - Os Imperdoáveis (1992)
Agora sim! - diz o leitor. - Finalmente um filme que não tem a idade da minha tia! Ou que o atendente da locadora não olhe para mim como se eu fosse um inseto quando eu pedir!




Pois é, amigos. Mas o doce sempre acaba. Por isso vou avisando, esse é o único western da lista com menos de 20 anos, todos os outros são da época que a sua mãe ia para a escola... Por isso, o tema dessepost, além do filme em questão, serão os westerns modernos, dos anos 90 pra cá. E é logo na estaca zero que temos o western pocahontas Dança com Lobos (1990), dirigido e estrelado por Kevin Costner. Eu particularmente recomendo o filme se você gostou de filmes como Avatar (2010) ou Pocahontas (1995), basicamente porquê ambos os filmes possuem o mesmo enredo, apesar de Costner ter pendido mais para o lado western da coisa, ainda bem. Moving on, nós temos em 1992 o supracitado Os Imperdoáveis, dirigido por Clint Eastwood, obra-prima do faroeste e inovadora, guardarei algumas palavras para tal mais adiante. Temos então dois anos mais tarde Dead Man (1996), Dirigido por Jim Jarmusch (Daunbailó, Sobre Café e Cigarros) e protagonizado por Johnny Depp (sem necessidade de parêntesis), um western anti-western que eu recomendo para o pessoal alternativo, fala sobre William Blake (não é o poeta), e sua saga pelo Velho Oeste, o filme possui várias situações interessantes e uma margem para se filosofar também. Depois temos o faroeste/comédia/terror Um Drink no Inferno 3 - A Filha do Carrasco (1999), terceira parte da trilogia iniciada por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, com Sonia Braga e Danny Trejo, é mais para se divertir (o filme tem zumbis e criaturas escatológicas) do que mais nada - e cumpre bem sua promessa. Já nos anos 2000 há o famoso O Último Samurai (2003) dirigido por Edward Zwick e estrelado por Tom Cruise, um típico Samurai Western (gênero do qual fez parte Akira Kurosawa, prestigiado diretor japonês que criou alguns Samurai Westerns como Yojimbo, Os Sete Samurais, filmes que o cinema ocidental reciclaria depois). Ang Lee faz, 2 anos depois, o inusitado O Segredo de Brokeback Mountain, faroeste romântico com Heath Ledger e Jake Gyllenhaal, que você já deve saber da ''fama''. E chegamos, por fim, ao melhor ano tratando-se de cinema western das últimas décadas: 2007. Nesse ano tivemos Os Indomáveis, dirigido por James Mangold, com Russel Crowe e Christian Bale, além de Peter Fonda; O ótimo O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford, com Brad Pitt, Casey Affleck, Zooey Deschanel e grande elenco; O premiado Onde Os Fracos Não Têm Vez, dos irmãos Coen, com Javier Bardem e Josh Brolin; E, por fim, um filme que eu já fiz uma resenha aqui, Sangue Negro, De Paul Thomas Anderson, com Daniel Day-Lewis e Paul Dano. Ainda temos em cartaz nos cinemas nacionais Bravura Indômita, dos irmãos Coen, com Jeff Bridges e Matt Damon (não deixem de conferir) e Cowboys & Aliens, blockbuster com Harrison Ford e Daniel Craig, com previsão de lançamento para 29 de Julho de 2011.

Agora vamos ao que interessa. Os Imperdoáveis. Não deixa de ser irônico que Clint Eastwood, famoso por atuar nos faroestes da trilogia dos dólares de Sergio Leone, tenha conseguido seu único êxito como diretor até então justamente com um filme de faroeste. Irônico, mas não por acaso. É palpável no filme a familiaridade de Eastwood com o gênero, além de seu personagem no filme ser quase que uma representação sua no mundo do cinema. Isso porque Clint conhece, como ninguém, o que é o Velho Oeste - afinal, qu
em vestia as roupas, o colete, o famoso poncho, o inseparável chapéu, era ele. Quem cavalgava cruzando o deserto, quem tinha a ação mais rápida no revólver, quem rolava na areia como um saco de batatas era ele, e não o diretor, não o produtor. Por isso ninguém melhor que ele para dirigir um filme que trata dessa visão do que ele próprio.

O filme conta a história de William Munny (Clint Eastwood, sua melhor atuação até Menina de Ouro), um ex-pistoleiro sanguinário que outrora era um homem vigoroso e duro, mas hoje em dia, velho, convive com a sombra de seu passado. Vive apenas para criar seus filhos, em um pequeno sítio em algum lugar na Wyoming de 1880, onde cria porcos, viúvo de sua mulher Claudia, esta que o tirou do mundo violento para tentar viver uma vida decente e honesta. Por ter uma vida tão difícil nesse sítio, Munny chega à um ponto em que qualquer dinheiro que caia em suas mãos é divino, estando ele disposto à quase qualquer tipo de trabalho. A oportunidade chega quando em uma cidade próxima uma prostituta tem seu rosto totalmente retalhado por um cliente seu, insatisfeito com um comentário proferido por ela sobre seus Países Baixos. O xerife da cidade Little Bill (Gene Hackman, excelente, ganhou um Oscar pelo seu trabalho aqui) sanciona ao criminoso uma punição que as prostitutas consideram inaceitável, já que o mesmo grupo do elemento já havia cometido inúmeras atrocidades à elas. Sem ninguém saber, elas juntam economias para colocar um prêmio sobre a cabeça do homem que havia violentado sua companheira, o que logo desperta o interesse de vários pistoleiros da região, entre eles o jovem Schofield Kid (Jaimz Woolvett). Sem muita experiência, o jovem recorre a Munny, sabendo de sua reputação, propondo à ele metade da recompensa caso o ajude a capturar o procurado. Munny, sem saída, aceita a proposta, mas recruta um de seus velhos amigos, companheiro de seu antigo grupo, o fiel Ned (Morgan Freeman, genial). Os três partem então em busca do homem, mesmo com a concorrência do famoso English Bob (Richard Harris), também atrás da recompensa, e com o xerife disposto a fazer o necessário para impedir que pistoleiros assassinem alguém, mesmo que este seja culpado.

Sobre os aspectos técnicos, o filme possui um visual singular, fruto da fotografia esplêndida, apesar das paisagens naturais do deserto americano contribuírem imensamente para o resultado final. A direção de Eastwood é genial, o jeito como ele enquadra cada cena leva muito sentimento dele mesmo à obra, além de sair muito bem nas cenas de ação, ele consegue criar um elo emocional do público para com seus personagens, e logo ficamos tão ligados à ele e sua causa, que torcemos ávidamente para que ele obtenha sucesso - e não morra tentando, algo que é tratado como uma opção real durante toda a caçada. Apesar de tudo temos uma estranha segurança quando Munny está em cena. Sabemos que ele é vulnerável, isso é mostrado em cenas do filme, mas é quase como se ele fosse um herói de nível homérico. Resumindo, ele é o cara que você gostaria de ter do lado se alguém por acaso apontasse uma carabina em sua direção. O roteiro também é ótimo, apesar de deixar a desejar no lado emocional da personagem da prostituta, ele compensa isso adentrando na mente e nas entranhas de Munny e Ned, personagens tão reais que é possível identificá-los em pessoas reais do dia a dia. O filme também tem uma carga dramática muito forte, é possível assistí-lo somente pelo drama do filme, para quem não é muito fã de ação.

O filme reflete ainda sobre a amizade, de uma linda maneira, e nos faz pensar sobre as opções que tomamos na vida, e como é difícil mudar, depois de muito tempo acostumado com a vida que se escolhe. No fundo, o que somos hoje é fruto de nossas atitudes no passado, por isso escolha com cuidado o que você é hoje para não se arrepender amanhã.

Trailer:

Bom dia, leitores.


Diferente do meu ultimo post, que era sobre um filme, esse é diferente.
Ontem a noite estava online, conversando com minha namorada(a quem dou os créditos dessa postagem), quando ela me mostrou esse trabalho. Eu queria muito ter postado logo aqui no blog, mas o sono foi mais forte. O trabalho é demais, é de um cara chamado Lev Yilmaz, que se chama Tales Of Mere Existence.

Nesse trabalho divertido você passa um bom tempo se identificando com as situações colocadas por ele nas descrições e apreciando esse trabalho original. Achei fantástica a forma como ele faz esses desenhos... fiquei pensando se são sobre uma mesa de vidro, onde em baixo fica a câmera e em cima ele faz os desenhos e os edita da forma que melhor lhe cabe. Ok, lendo assim parece bem simples, mas criar isso e fazer de forma que nos distraia tanto 'é o que pega', né?
Mas, no fundo, quando um trabalho é surpreendente, a forma como é feita não importa, certo?

Aqui vão uns trabalhos dele que eu mais gostei e me identifiquei:




Nesse último até me assustei, eu faço exatamente igual no ônibus!!

É isso, pessoal, abraços à todos e bom feriado!

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Blog formado por estudantes abordando temas culturais como cinema, filosofia, música, tecnologia, arte, etc.

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