Título Orignal: Vivre sa Vie: Film en Douze Tableaux


 Direção: Jean-Luc Godard


Crítica:



Fazer uma crítica à Godard, o cineastra filósofo, não é a coisa mais simples do mundo, por isso, talvez, essa “crítica” seja um tanto equivocada e subjetiva. O que falar de um cineastra que faz filmes como se fossem livros de filosofia ? Narrações, diálogos, enredo, roteiro, elenco e outros coisas mais, fazem parte dos filmes de Godard. Confesso que sou um apaixonado pelas obras dele,  e tento analisar de um certo ponto de vista crítico, isso é, filosófico.  Sem mais delongas, vamos à minha apologia.

Extremamente genial, poético, filosófico, dramático e existencialista. Vivre sa vie é um daqueles filmes que você assiste e fica com ele na  mente, ou melhor dizendo, na sua alma. As questões abordadas pelo filme, a temática apresentada com grande estilo e arte, fazem com que nós pensemos em toda questão dramática da vida. O tema abordado por Godard é simplesmente a vida. A busca pelos sentidos da vida, a conceitualização do que é a vida, a metafísica da vida, apresentando uma série de indagações subjetivas e objetivas.




Além de tudo, ainda conta com uma  técnica engajada no filme, isso é, percebe-se alguns elementos da filosofia. Godard entra primeiramente com a questão socrática, isso é, a indagação ou refutação para a catarse do conhecimento, ou seja, dialética, a forma de  perguntar e responder elaborando conhecimento,  através de teses e antíteses. Godard em alguns segmentos mostra o caráter crítico diante da sociedade, tentando eliminar preconceitos. Ainda conta com elementos existencialistas, isso é, à grosso modo, a ideia de que a existência precede à essência, mostrando de forma clara que nós é que escolhemos os nossos atos. E um dos pontos também que analisei, foi o fator linguístico, onde Godard parece mostrar a ideia de problema da linguagem.  Dentre de algumas referências, acredito que nesse filme há: Sócrates, Shopenhauer, Hegel, Heidegger, Sartre,Platão, Edgar Poe e Wittgeinsten, ou seja, em termos filósoficos, temos(à partir de uma interpretação minha) o Existencialismo, pessimismo e a crítica à linguagem.

Com uma atriz principal de tirar o fôlego, uma filmagem um tanto clássica e alternativa, diálogos excelente e frases marcantes, temos uma das obras que qualquer cinéfilo deveria assistir. Viver a vida.

“A verdade está em tudo, até mesmo no erro”.

Mais que digno de cinemacultura.

Obs: Lembre que é minha interpretação, e sim, talvez, subjetiva e que eu fiz uma certa propaganda do filme.(É um dos filmes que mais gosto.)
Ogata O’gara

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