Do diretor renomado Lars Von Trier, Melancolia(2011) apresenta como atrizes, também renomadas, Kirsten  Dunst, Charlotte Gainsbourg e Kiefer Sutherland.

Do caráter puramente cinemático do filme, podemos à grosso modo, referir a uma bela interpretação da Kirsten Dunst, um roteiro excêntrico, mas que beira a filosofia da morte e da vida, um enredo bem elaborado, e assim como o filme "Anticristo", Lars Von Trier coloca o filme em capítulos, e nesse filme apresenta uma caracterização dos personagens bem estruturada, ainda que toca em uma ou outra questão psicológica.

Poético, dramático, surreal mas ao mesmo tempo realista. O filme tem uma apresentação artística, bem estruturada e com uma enfasagem perceptível, talvez, à qualquer telespectador. Embora o filme tenha bastante simbologia, Lars von trier, ao meu ver, não deixa de apresentar indiretamente ou diretamente, a moral que filme o dramatiza. Eloquentemente, o longa nos prende na tela, nos mostra visões maniqueístas, e de certo modo,  pulveriza-nos  com uma melancolia tão envolvente que até chega a nos tirar senso de crítica, e claro sem esquecer a bela  e a ótima trilha-sonora.

Lars Von Trier fez esse  filme  como se fosse um livro com imagens,  e assim, o longa pode ser interpretado de diversas maneiras e de fato, criticado de diversas maneiras. Eis uma das minhas abordagens, que teço diante de uma obra artística. O longa apresenta a vida e a morte. Uma irmã apresentando a vida e a outra apresentando a morte. Quando Nietzsche escreveu em seu trabalho "Crepúsculo dos ídolos" que Sócrates era um anti-grego, que estava cansado da vida e buscou na razão a forma de encontrar fundamento para a vida,  ele tece assim, uma abordagem  que muitos filósofos vem tomando, e essa abordagem  poder-se-ia dizer que se apresenta no filme, porém, observamos o mesmo e  até o contrário, a garota que representa a morte(presumo que a Kirsten seria a "morte", a "melancolia") procura uma escapatória da mediocridade da vida comum, em busca do achar em-si e para-si e assim, podemos até colocar um "q" de abordagem existencialista. Mas, percebe-se que a personagem representada por Kirsten, é antes, uma pensante e sensível ao mundo externo, e isso faz com que surge a então, melancolia. Por sua vez, a irmã que presumo ser a "Vida", apresenta o poder da teoria " Nietzschiana"  e ao mesmo tempo a fraqueza e o medo da morte, onde que sofre  com a destruição da vida.

Então, eis uma teoria bem à grosso modo do que possivelmente Trier aborda no filme. Mas tentaremos ir por outro lado, e em  primeiro momento, vamos ao desmitificação do comum e aos conceitos, em outras dizeres,  o que é  a melancolia ? da onde vem melancolia? por que surge a melancolia? do que vem estruturado a melancolia?

Sem utilizar algum filósofo,  sem utilizar uma abordagem positivista e até psicanalítica, podemos dizer que melancolia é o estado em que se encontra o sujeito, em uma tristeza perante a algo/objeto/sujeito que aparentemente não tem nenhuma causa específica. Eis que alguns filósofos até falam que a melancolia é um estado-natural de um filósofo, e porque? pois, a melancolia sem causa aparente, surge de diversas maneiras, mas com evidência, uma das causas  surge do processo indireto ou direto do ato de pensar, e digo pensar, no termo  de conscientizar-se de algo/objeto/sujeito e realizar uma imaginação perante a esse. Então, o porque da melancolia? se pressupormos que melancolia surge do ato de pensar direto ou indiretamente, do ato e do não ato da sensibilidade perante as coisas externas, então poder-se-ia dizer que a melancolia pode vir da categoria do pensar e sentir. Se o estado melancólico é algo triste, depressivo, de certo modo é o pensar que traz essa tristeza e nos abate com a melancolia. E por que o pensar nos traz algo triste? surge então, uma série de questões propriamente ditas, isso é,  o pensar pode nos trazer algo triste, pois o pensar é algo que reflete quase tudo, ou tudo, isso é, seja o pensar em morte, o pensar na separação do casamento indiretamente, na vida traiçoeira, no trabalho, em qualquer coisa que pode nos fazer ficarmos tristes, onde que pode aparecer de forma indireta, e até sem entender no momento o porque de tal efeito.

Na forma sistemática e até dialética que abordo acima, parece que fica mais claro o porque da personagem de Kirsten talvez seja tão melancólica, e não vem agora, correlacionar toda a filosofia com o filme, até por que, não se trata de um tratado e sim de uma mera "crítica".

Conclusão: Filme excelente, complicado, melancólico e que nos faz pensar, isso é, meche com o intelecto e até pode-nos fazer filosofar. Em suma é um filme filosófico e para bons amantes de bom cinema.

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