De Roy Andersson, Alemanha, participando do festival de Cannes. Composto de vinhetas em quadro fixo, o filme observa o comportamento humano. Sem seguir uma estrutura tradicional, a narrativa acompanha homens e mulheres que vivem situações banais e repetitivas do cotidiano. Do homem bom ao miserável, da alegria ao sofrimento, da autoconfiança à ansiedade. Desta forma, vemos uma garota apaixonada, empresários, donas de casa, criminosos, bêbados… Oscilando entre seus sonhos e a realidade, eles estão condenados à incomunicabilidade.

Crítica?

Filosofia se tornando arte, e arte cinematográfica se tornando filosofia. Modificando uma das frases de Bernardo Bertolucci, diria: "O cinema é uma das vias que conduzem o homem à realidade", frase de questão crucial para análise e crítica desse filme.

Filosófico, depressivo, irônico e principalmente critico. Não sei até que ponto poderia denominar niilista, pois se analisarmos de outro ponto de vista, podemos observar a teoria de Hegel no roteiro, da qual seria: tese, antitese e síntese (Dialética).

Embora seja filosófico e possa atrair uma boa demanda de cinéfilos, o filme aparentemente é confuso. A ideia principal provavelmente do diretor, é a de fazer o telespectador pensar, isso é, o diretor utilizou o método socrático no filme.

Em uma linguagem um pouco menos filosófica, o filme é caracterizado principalmente por várias vinhetas, cada uma com um tema se conectando ao outro, algumas coisas parecem sem sentido, monólogos absurdos, diálogos sem pé e sem cabeça, e personagens bem excêntricos.

Apesar de toda a "maluquice" aparente, o filme aborda vários temas críticos e existenciais. A interpretação, deixo com vocês, devo confessar que uma critica maior sobre esse filme, seria até insensato, já que o longa é niilista e trivial.

Acredito que a ausência aparente de sentido de "Vocês, Os Vivos" faz todo o sentido. (Ausência de sentido, faz ter um sentido, pois o sentido seria de não ter sentido.)

Conclusão final: Filme bom para cinéfilos.Faz honra ao blog, instiga à mente, ajuda na filosofia, choca à ética e além de tudo, mostra o que cinema "cult" pode fazer.

"As pessoas são exigentes demais"

Ogata Ogara

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